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O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)
O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)

O Lobo de Wall Street

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street).

Lançamento: 24 de janeiro de 2014.

Direção: Martin Scorsese.

Tabela de Conteúdos

O Lobo de Wall Street

Com mais uma trama marcada pela tensão entre personagens nada nobres, o diretor Martin Scorsese entra no mundo milionário das ações de Wall Street. Através do jovem e exímio vendedor Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio).

A ascensão do protagonista é rápida e o ritmo frenético do filme ajuda a dar a impressão de que o sonho de ficar milionário aconteceu de repente para Belfort. Inversamente proporcional à fortuna, os escrúpulos vão diminuindo à medida que o personagem atinge seus objetivos e funda a corretora Stratton Oakmont.

Apesar do filme ser baseado em uma história real, é possível traçar um bom panorama sobre a história econômica recente dos EUA. E também sua relação com investidores, utilizando este como um estudo de caso. A carreira de Belfort começou em uma pequena corretora, cujas ações valiam centavos e a comissão chegava a 50%.

O problema é que negociavam papéis de empresas de fachada, que não valiam sequer centavos. Quem dirá os milhares de dólares que o hábil vendedor arrancava dos clientes. Este foi basicamente o estopim para a quebra da bolsa em 1929. Quando, resumindo ao extremo, a economia norte americana cresceu tanto para reconstruir a Europa do pós-guerra, que quando o velho continente se recuperou os estoques de mercadoria dos Estados Unidos foram sustentados por ações sem valor. Que ao começarem a quebrar geraram uma reação em cadeia.

Apesar das crises econômicas serem cíclicas, é muito difícil que a bolsa de valores repita este erro. As empresas de fachada continuam sendo criadas como vemos no filme. E não faltam compradores que se atolam em dívidas com a ilusão de enriquecer através de papéis sem valor.

Porém os governos estão menos inocentes em relação à especulação.

Cautela? Aqui Não!

Em meio ao bom humor com que o assunto é tratado por Scorsese, ora com uma ironia fina, ora com atuações escrachadas, vemos que o equilíbrio de poderes entre corretores e investigadores é tênue, extremamente tenso e por vezes beira as explosões de violência recorrente em outras obras do diretor.

Aqui os impasses são mais psicológicos. O lobo do título remete à voracidade com que Belfort encara seus negócios, desde as primeiras vendas até as palestras motivacionais para seus funcionários. Mas comparando com o comportamento dos investigadores, é possível dizer que entre esses lobos não há cordeiros.

Seria louvável que o FBI agisse de forma a criar uma proteção para aqueles que investem a economia de toda uma vida em ações que não valem nem um centavo. Porém a preocupação gira em torno de proteger o próprio mercado.

Indiretamente cumprem o papel de agir em prol da população, pois ações descontroladas, como a história ensina, podem dar prejuízos para todo o país, porém pouco é feito diretamente em relação aos pequenos investidores. A postura de tolerância seletiva em relação aos crimes por parte da polícia norte americana pode ser verificada também através de algumas nuances do filme.

Belfort e seus sócios justificam o estereótipo de corretores viciados. Todos se entopem de álcool, barbitúricos e cocaína.

Ainda que esta não seja uma polêmica debatida pelo filme, vale a pena indicar os desdobramentos de um crime. Por parte daquele que comete o delito, parece quase inevitável e universal a sedução que o sucesso econômico exerce. O poder que acompanha o dinheiro é a combinação para que a ambição não veja limites. Porém eles existem mesmo entre os milionários.

As Empresas de Fachada

Ultrapassá-los com cautela pode dar direito a correções, porém a cautela não é uma característica daqueles que vivem do mercado imprevisível de ações. Toda a rede de delitos do filme é baseada no campo econômico, o resultado não é evidente. Diferente de assassinatos, agressões, etc. Os crimes financeiros não deixam sangue e suas consequências são difusas e abstratas. Assim, deixando uma camada de verniz sob seu formato ilegal.

É possível procurar culpados objetivos:

  • Subornos;
  • Complacências;
  • Falta de caráter;
  • Entre tantos fatores identificáveis.

Porém, o inegável é que todo o sistema econômico mundial gira em torno de falso capital. Ações que da noite para o dia podem levar seus acionistas à ruína ou à glória sem que nada seja produzido fisicamente.

Os governos tentam intervenções que não rompam com a tolerância em relação aos crimes mais convenientes, porém é inevitável que periodicamente algum vulcão do mercado entre em erupção. Quando será a próxima crise é tão imprevisível quanto as tendências do mercado.

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