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Ninguém Escreve ao Coronel – Adaptação do Conto
Ninguém Escreve ao Coronel – Adaptação do Conto

Ninguém Escreve ao Coronel – Adaptação do Conto

Ninguém Escreve ao Coronel - 2 de Junho de 1999 | Filmow

Ninguém escreve ao Coronel (El coronel no tiene quien le escriba).

Baseado no Conto de: Gabriel García Marquez.

Data da Primeira Publicação do Conto: 1961.

Lançamento do Filme: 2 de junho de 1999.

Direção: Arturo Ripsten.

Tabela de Conteúdos

A Novela de Gabriel García

Gabriel García Marquez escreveu a novela “Ninguém escreve ao coronel” em Paris.

Durante seu exílio, mas as referências da história deixam claro que seus personagens estão na terra de Marquez, até mesmo fazendo menção à fictícia Macondo. Na qual posteriormente o autor desenvolve a história do romance “Cem anos de solidão”.

Ainda que a obra seja um dos primeiros passos no desenvolvimento de Macondo e da família de Aureliano Buendía. Acabou se tornando um bom complemento com elementos que indicam o que aconteceu fora da cidade enquanto o coronel Buendía lutava na revolução.

Apesar da narrativa do livro ser bastante linear, favorecendo bastante a transposição fiel ao cinema. O diretor Arturo Ripstein apresentou algumas alterações que tiveram resultado bastante positivo no filme.

O longa foi rodado no México, mas mantém as características de floresta equatorial, com chuvas intensas, clima quente e, socialmente, o vilarejo pobre e afastado da cidade.

Há também a inclusão de fatos e personagens destacando certos sentimentos dos personagens. Que vai à contramão das adaptações, pois geralmente na transposição trechos são suprimidos.

A princípio nos parece estranho ver um coronel nas situações expostas, afinal foge da realidade brasileira um militar aposentado, que aqui recebe altíssimos salários. Passando por sérias dificuldades devido à pensão prometida pelo governo, que nunca chega.

A Realidade dos Personagens

A realidade do casal é condizente com a maioria dos idosos de países pobres, racionando os alimentos escassos. Tendo que se contentar com as roupas velhas, com a casa degradada pelo tempo. E é claro, sempre torcendo para que nenhuma doença apareça com a demanda de remédios que sacrifiquem ainda mais a vida sofrida.

O único elemento realmente destoante em relação ao que estamos acostumados no Brasil é o fato do idoso em questão ser militar. Que aqui vivem em condições verdadeiramente opostas às descritas anteriormente. Aos poucos entramos no cotidiano do Coronel (Fernando Luján), tão opressor e degradado em todos os sentidos.

A cidade pobre e isolada sofre também com o clima quente e úmido; Na meu ip pequena casa velha, que o militar divide com sua esposa Lola (Marisa Paredes). Sobram poucos objetos após a venda dos mesmos para conseguir algum dinheiro.

Além das dificuldades físicas da idade, os idosos ainda precisam enfrentar os percalços psicológicos tanto da humilhação por não terem como se sustentar – situação agravada pela hipoteca da casa, que não é descrita no livro – quanto da dor de ter perdido o filho.

Mesmo sem um personagem presente, é através do filho Augustin que boa parte do enredo se desenvolve. Pois aos poucos vemos que o clima de censura política vigora até mesmo na cidade que beira a um simples povoado. Onde os amigos de Augustin dão continuidade à tentativa do jovem de driblar o controle e divulgar informações de forma clandestina.

Além disso, o autor expõe a importância das brigas de galo na cidade. Das quais o jovem participava tendo deixado como principal lembrança aos seus pais um galo de briga, supostamente o melhor da cidade. Alvo de apostas que poderiam livrar o casal de idosos das dificuldades financeiras.

O Charme do Enredo

Neste ponto Arturo Ripstein complementa o texto original incluindo a personagem Julia (Salma Hayek). A prostituta com a qual Augustin se relacionava e talvez tenha sido fundamental no assassinato do mesmo.

Há mais de uma interpretação para a tragédia envolvendo os elementos políticos e passionais.

Através da moça o autor mostrou a agonia do coronel por não deixar herdeiros, superando até o tradicional moralismo para chorar diante da prostituta e afirmar que gostaria que o filho tivesse lhe deixado um neto.

A presença da moça no enredo humaniza a trama e ajuda na composição do sentimento pela imagem, já que a obra original conta com a descrição detalhada com palavras, ou seja, com um recurso bem diferente do cinema. Mesmo sendo um dos primeiros trabalhos literários de Marquez, que serviu de experiência para o desenvolvimento do trabalho que lhe rendeu o Nobel de 1982.

“Ninguém escreve ao coronel” já mostra o grande talento do escritor, apresentado não apenas através da literatura, mas do ativismo político e vários outros trabalhos pela América Latina.

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