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Elena Undone – Romance de Nicole Conn
Elena Undone – Romance de Nicole Conn

Elena Undone – Romance de Nicole Conn

Elena Undone filme - Veja onde assistir online

Elena Undone.

Lançamento: 25 de junho de 2010.

Direção: Nicole Conn.

Tabela de Conteúdos

O Enredo do Filme

Neste longa a diretora Nicole Conn mostra passo a passo o surgimento de uma paixão.

Talvez o desenvolvimento do sentimento no filme fosse lento. Não fosse a necessidade de desconstruir certas premissas antes de chegar ao ápice do enredo. Primeiro somos apresentados à Elena (Necar Zadegan) e todo o conservadorismo que a cerca.

Vinda de uma tradicional família indiana, a protagonista se casou para tentar fugir do conservadorismo e chega aos quinze anos de casada, com um pastor como marido e um filho adolescente. Frequentando cultos que falam sobre encontrar o amor perfeito o mais cedo possível.

Seguindo o caminho desta vida morna, Elena conhece Peyton (Traci Dinwiddie). A afinidade entre as duas proporcionou o início de uma forte amizade. Que não alterou nada na vida de Elena. Apenas trouxe a tona pontos que ela ou desconhecia ou se esforçava em esconder.

Passado o impacto ao descobrir que Peyton é lésbica. A protagonista passou a encarar o assunto com a naturalidade que só o preconceito impede.

É bastante previsível logo no início do filme que as duas irão se apaixonar. O fato é que se Elena tivesse encontrado outro homem e sentisse uma atração forte o bastante para abalar seu frágil relacionamento. Todo o envolvimento poderia se desenvolver em uma ou duas cenas. Para que a protagonista superasse as dúvidas e hesitações naturais e tomasse coragem para mergulhar em um novo amor.

O que chama a atenção no trabalho de Nicole Conn é a projeção de vários estereótipos nos personagens, que são desconstruídos com empatia e naturalidade.

Diante da existência do preconceito, é mais viável identificar alguns padrões de comportamento, que são bem distintos entre si, do que tentar enfrentar a todos da mesma forma. Vemos, por exemplo, que a hesitação inicial de Elena acontece pela falta de experiência.

Esquecendo do Conservadorismo

É compreensível que uma pessoa crescida em meio a valores extremamente tradicionais e casada com um homem machista e preconceituoso não se sinta a vontade diante de uma situação que sempre foi indicada como errada.

Apesar disso a personagem não se mostra intolerante em nenhum momento.

É bem diferente de seu marido, o pastor Barry (Gary Weeks), que simbolizando todo o conservadorismo prega aos seus fiéis o tradicional discurso sem conteúdo sobre a tradição da família, ignorando, por exemplo, o fato de a própria igreja protestante ter surgido graças às divergências com dogmas católicos, que entre outras coisas proíbem o casamento dos sacerdotes.

A princípio Peyton é extremamente racional e centrada. Experiente, não quer se entregar a um sentimento que parece ter tudo para dar errado. De fato, se a mudança de comportamento de ambas fosse abrupta, seria um sentimento forçado e não seria tão bem aceito por quem assiste.

A naturalidade com que Elena passa a encarar a possibilidade de um relacionamento esbarra nas dificuldades evidentes de ter por outro lado uma família estruturada, a pressão social em relação ao impacto que uma separação gera nos filhos – independente da idade –, a tensão de informar ao marido que o casamento já não existe, etc.

E por parte de Barry, a reação foi a mais evidente, ainda que ridícula, ou seja, tentar encobrir as próprias falhas culpando as supostas más influências sofridas pela esposa, no caso por parte de Peyton.

As Nossas Inseguranças

Muitas vezes a insegurança diante das próprias atitudes é defendida, mesmo que inconscientemente, através da desconstrução do outro.

Desta forma, pelos outros estarem errados, a pessoa justifica (erroneamente) os próprios atos, que nem chegam a ser reconhecidos como preconceito.

A forma mais natural que o cinema tem para indicar que não há nada de errado com o enredo do filme, e seu caráter inusitado se dá pelo preconceito histórico, não por interdições biológicas, é evidenciar os percalços das duas personagens, que são rigorosamente os mesmos que seriam enfrentados caso no lugar de Peyton, Elena tivesse conhecido um homem.

É evidente que existem nuances comportamentais que diferenciam as personagens, mas em essência, o filme consegue deixar claro que o estranhamento em relação ao casal se dá pelo preconceito, não pela relação ser homo afetiva.

Para um público específico, que já tenha superado preconceitos de gênero e sabe encarar com naturalidade situações que não demandam nenhuma reação adversa, o filme é um romance interessante, bem filmado, cujo enredo não traz grandes revelações, mas é no aspecto didático que Elena Undone ganha destaque, por cativar aqueles que assistem, desfazendo aos poucos o estranhamento, que pode dar lugar a uma visão de mundo menos preconceituosa.

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