Blog sobre desenvolvimento pessoal, negócios e muito mais
Feliz Natal (Joyeux Noël) – Filme 2005
Feliz Natal (Joyeux Noël) – Filme 2005

Feliz Natal (Joyeux Noël) – Filme 2005

Feliz Natal (Joyeux Noël) – Filme 2005.

Data de Lançamento: 9 de novembro de 2005.

Gênero: Guerra/Drama.

Duração: 1h 56m.

Direção: Christian Carion.

Disponível p/assistir gratuitamente nos Streamings: Tubi e Plex.

Tabela de Conteúdos

Feliz Natal!

O filme do diretor Christian Carion traz no título a ironia de boa parte dos votos de ‘Feliz Natal’. Ou seja, dificilmente é de fato feliz.

Este tem a particularidade de inspirado em fatos reais. O filme mostra a noite de Natal em uma trincheira da primeira guerra, com alemães, franceses e escoceses duelando até a morte, sem saber muito bem pelo quê.

Marco histórico que dá início ao século XX, a primeira guerra ainda apresenta fortes traços de combates bem menos tecnológicos. Há relatos de soldados indo de bicicleta para o front de batalha.

E mesmo no filme é possível ver os soldados franceses com as características calças vermelhas, que relutaram tanto em abandonar.

Por outro lado, pensamentos que hoje estão naturalizados em nosso cotidiano, começavam a ganhar força naquela guerra, que contribuiu para definir as grandes potências mundiais e difundir ideais globalizados.

A incapacidade de diálogo para resolver conflitos de forma diplomática se desdobrou em um conflito armado. O que passou a ser também lucrativo ao contar com indústrias pesadas para a produção de armamentos.

A Tecnologia

O desenvolvimento tecnológico também passou a contar com saltos repentinos ao receber orçamentos cada vez maiores de governos envolvidos em batalhas.

Alheios a tudo isso, soldados abandonavam suas famílias e às vezes por vontade própria, iludidos por uma propaganda beligerante, marchavam rumo à morte nos campos de batalha, rendendo uma medalha de condecoração póstuma aos familiares.

Neste cenário de crescimento econômico à custa de vidas, chegamos à véspera de Natal, em uma trincheira coberta de neve, com soldados cansados e desiludidos após uma batalha sangrenta cujos mortos sequer haviam sido recolhidos devido ao risco de contra-ataques.

Àqueles que comandam a guerra de salas bem seguras e distantes de qualquer combate, o problema é que os soldados são seres humanos racionais e em meio a tanto terror logo percebem as contradições às quais estão expostos.

Um Símbolo

O Natal é apenas um símbolo que faz explodir o sentimento que todos tinham individualmente.

Até que ponto vale a pena trocar tiros com desconhecidos ao invés de baixar as armas, compartilhar a comida escassa, a pouca bebida e fazer com que toda a disputa se restrinja a uma partida de futebol improvisada na neve?

Foi o que os soldados das três nacionalidades em questão fizeram naquele Natal. E depois, haveria como motivar os exércitos para voltar a matar uns aos outros mesmo após a confraternização?

Pode ser que a história termine assim, sobretudo tendo sido inspirada em um acontecimento real, mas o potencial metafórico do filme vai muito além disso. Estamos nos aproximando de mais um Natal e, consequentemente, das contradições que a data implica.

Claro, não estamos em guerra declarada – ao menos no Brasil – e isso pode nos levar ao conforto de pensar que poderia estar pior.

De fato poderia, mas esse é o tipo de pensamento que nos afasta do que realmente é melhor, que seria a eliminação permanente de contradições que são abafadas somente no período de festas.

Presentes de Natal

É a época da confraternização, portanto os patrões compram um kit de Natal para os funcionários, desde que encontrem um kit bem baratinho.

Os funcionários presenteiam as empregadas domésticas com um panetone, desde que encontrem um bem baratinho. Os mais dedicados irão ao correio realizar o pedido de alguma carta enviada por uma criança, desde que o pedido não seja nada caro.

Haverá até amigo secreto na empresa, do qual todos sairão reclamando que deram um presente bom e ganharam alguma porcaria.

Depois passa, o tal espírito natalino morre e voltamos para guerra, digo, ao cotidiano de dar ordens, receber ordens, explorar, ser explorado, ignorar crianças carentes e hostilizar adultos carentes.

Da mesma forma que o filme desconstrói o valor religioso do cessar-fogo natalino, mostrando um soldado que admite estar emocionado com a conciliação mesmo sendo judeu, vale ressaltar que a ideia não é a superação de conflito por conta de obrigações religiosas.

Ainda que a moral cristã atue forte sobre boa parte da população, ela é variável, por vezes tendenciosa e questionável.

Ao baixarmos a guarda para a associação inusitada entre uma trincheira da primeira guerra e os dias atuais, vemos que manter a hipocrisia de um cessar-fogo simbólico na última semana do ano para logo depois retomarmos a guerra velada com todos os que estão próximo é baixar a cabeça para quem comanda a guerra à distância, longe dos efeitos do conflito direto. 

Você Também Pode Gostar

Posts Recentes

11 comentários

  1. Pingback: Metallica: Through the Never – 2013 - KHAOS

  2. Pingback: Capitães da Areia – Drama de 2011 - KHAOS

  3. Pingback: A Espuma dos Dias (L’Ecume des Jours) - KHAOS

  4. Pingback: Muito Além do Peso – Documentário 2012 - KHAOS

  5. Pingback: Saneamento Básico, o Filme – 2007 - KHAOS

  6. Pingback: A Verdadeira História de Lena Baker - KHAOS

  7. Pingback: Frances Ha – Um Romance (Filme 2013) - KHAOS

  8. Pingback: Imaginaerum by Nightwish – Filme 2012 - KHAOS

  9. Pingback: Primavera, Verão, Outono, Inverno e… Primavera - KHAOS

  10. Pingback: Boyhood – Da Infância à Juventude - KHAOS

  11. Pingback: Baraka – Documentário Experimental de 1992 - KHAOS

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *